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O #3J ou como a perda das redes representa uma derrota ímpar para Bolsonaro…

Ontem não foi um dia bom para o presidente Jair Messias Bolsonaro (Sem Partido) nas redes sociais. Com exceção das cavernas ocupadas pelos bolsonaristas em aplicativos de mensagens como o WhatsApp e Telegram, nas demais redes sociais o domínio das hashtags “#ForaBolsonaro”, “#3J”, “#3JPovoNasRuas” e outras palavras que convocaram milhares às ruas no sábado foi evidente.

Com uma amostragem de mais de 180 mil tweets coletados entre as 15h e 22h do dia 3 de Julho de 2021, a mobilização nessa rede social, particularmente, apartou qualquer menção ao presidente que não fosse o pedido por seu afastamento: a dimensão da mobilização nas redes foi tamanha que praticamente nenhum dos tradicionais atores alinhados ao Bolsonarismo apareceu como relevante na amostragem.

A aparente exceção a essa perspectiva se deve à presença do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, que figurou entre os usuários da rede que foram cobrados por sua inação na condução dos pedidos de impeachment acumulados em seu poder.

Outro dado que chamou a atenção foi o papel dos hubs alinhados às mídias massivas: @Juliette, @Paola e @gduvivier foram algumas das arrobas que receberam mais retweets e que mais exerceram influência na disseminação das hashtags que pautaram o dia de ontem.

Além delas, os hubs habituais da Esquerda – Mídia Ninja, PT Brasil, Guilherme Boulos, dentre outros, ofuscaram quaisquer tentativas de domínio do fluxo informacional para além das demandas por mais vacinas, ampliação do auxílio-emergencial e a saída de Jair Bolsonaro da presidência.

A demonstração no último sábado nas redes aponta, dentre outros aspectos, além de uma unidade discursiva online – diferentes correntes e posições ideológicas alinhadas contra Bolsonaro -, um alinhamento representativo e orgânico entre as ruas e as redes.

E, para além disso, observando como se desenvolvia esta mesma dinâmica há pouco mais de um ano, fica evidente a derrota do Bolsonarismo em um terreno que muitos apontavam como seu: o eixo político-informativo-comunicacional das redes está em redesenho e o domínio deste território fará muita diferença em 2022.

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