Música

Um luto estranho e interessante…

MOURN_by_Albert Manau_ok

Mourn é o álbum homônimo de uma molecada da Catalunha que parece ter preenchido seus travesseiros com pregos, vidro e algumas discos de PJ Harvey, Belly e Pixies. O quarteto nascido em El Maresme, uma das várias províncias de Barcelona, parece ter saído de algum momento bem peculiar da década de 1990: fazem uma música densa, soturna e cativante que nos remete diretamente à cena londrina ou ao pós-Grunge circa 1996.

As influências assumidas por Jazz Rodríguez Bueno (Guitarra), Carla Pérez Vas (Guitarra, Vocais), Leia Rodríguez (Baixo) e Antonio Postius (Bateria) começam e terminam na década de nascimento da banda: PJ Harvey, Sebadoh, Sleater-Kinney são algumas das inspirações assumidas pela banda em seu disco de estréia.

Por sua vez, um aspecto chama também a atenção para a banda: a idade média de seus integrantes. Enquanto Jazz, Carla e Antonio beiram os vinte anos de idade, Leia Rodriguez mal tinha completado 15 anos de idade quando lançaram seu primeiro disco.

Com datas agendadas para diferentes cidades espanholas, Inglaterra e EUA, os moleques do Mourn já celebram uma conquista de gente grande: participarão como uma das atrações do festival Primavera Sound 2015. Não é para qualquer um, mas, pelo que demonstram em seu trabalho de estréia, a moçada do Mourn está no caminho certo…

Confere aí!

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Me dei conta agora que estou concluindo uma etapa daquelas em minha vida. Engraçado, mas, nessa vida, quando tudo acontece ao mesmo tempo, só depois de algum tempo percebemos a complexidade dos eventos ao nosso redor. Em pouco mais de um mês fui pai e entreguei uma tese de doutorado: dois momentos; dois partos; duas etapas.

Uma concluída, é verdade; a outra, bem, é todo um novo, promissor e, por vezes, assustador caminho a trilhar. O que mais me assusta quanto à paternidade não é o fato de ter me tornado pai – essa, palavra forte, condição impressionante -, mas, sim, da tranquilidade que ora me envolve.

– A chegada de um filho muda tudo -, dizem. Talvez… Certamente… Mas nem sempre é para pior: a paternidade não implica anular a própria existência, mas, sim, afirmá-la e dividí-la com o outro – a mãe, claro, que toma em suas costas uma tarefa descomunal. Ser pai, comparado com o que é reservado para as mães, é fácil em um primeiro momento. Porém, criar algo, fundamentá-lo, construí-lo: isso, sim, demanda tempo e esforço.

Estou aproveitando agora os primeiros momentos desta tal paternidade e tentando me despir do feixes acumulados ao longo dos últimos quatro anos de estudo para aquele tal doutorado. O próximo mês será de mudanças, transformações.

Acredito estar preparado para algumas delas…

Assim, que venham!

Aquele momento entre o agora e o futuro…

Nota